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a partir de agora, o site da Cozinha Efêmera abriga também o blog e as novas postagens serão feitas lá!
É só entrar no site e clicar e blog!

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até!!

Suco verde

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Bom, para (re)começar a escrever este blog: suco verde! que é também a melhor opção para começar o dia.

Aprendi a fazer este suco há mais de 5 anos, com a Ana Branco, do Projeto Biochip. Depois trabalhei em um restaurante que tinha o suco no cardápio. Fizemos muito, de vários jeitos. Mas eu não bebia com o prazer e a consciência que bebo hoje.
Depois o suco ficou adormecido na minha memória e desapareceu da minha cozinha; tempo de escolhas duvidosas… (risos)

Agora que a Cozinha Efêmera acontece todos os dias, o suco é um must have para despertar o dia. A vida tem mais brilho e o dia mais energia. É claro que houve uma série de outras mudanças nas minhas escolhas alimentares, e o conjunto delas é que faz meus dias com tanta vitalidade e energia, como nunca pensei que fosse ser possível fisicamente.

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Este suco é uma das primeiras receitas que se aprende a fazer quando somos introduzidos ao mundo da alimentação viva. Toma-se de manhã, em jejum. Ao mesmo tempo em que alimenta, desintoxica. Continuo lendo sobre ele para poder contar, com bases mais científicas, mais informações sobre seu poder. Umas boas referências de leitura são a Conceição Trucom (De bem com a natureza) e o Alberto Gonzalez (Lugar de médico é na cozinha). Além do site do Terrapia, da Maria Luiza Branco, que ensina um montão de coisas legais.

Desta vez o meu objetivo é contar sobre minha próprias percepções e ensinar algumas receitas de que gosto, além de dar umas dicas, quem quiser saber informações mais detalhadas, pode entrar em contato comigo. Espero que você faça! e, se fizer, não deixe de me contar o que achou.

Bom, quem deu o empurãozinho que faltava para o suco verde aparecer no blog foi a Elisa. Ela escreve o blog La Casa sin tempo, que tem se enamorado com a Cozinha Efêmera, que tem ficado lisonjeada com a aproximação.

Foi assim: a Elisa passava por aqui no início de uma noite que, para mim, seria longa: com muito trabalho. Deu sorte que, bem na hora em que ela, chegou eu tinha acabado de preparar um suco verde, já sabendo que ele faria meu relógio biológico atrasar algumas horas e me manteria em pé noite adentro trabalhando.

Como suco verde é uma das coisas mais gostosas que já tomei, ofereci: toma esse suco que ele vai te curar de tudo! Ela adorou e ficou com o suco na cabeça semanas, querendo saber mais para incluí-lo no dia a dia. E deu nisso: uma tarde de overdose verde, com várias receitas e essas fotos maravilhosas, todas da Elisa.

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O primeiro suco que fizemos foi o mais básico: leva só couve e maçã. Quatro a seis folhas de couve, uma maça e um copo d’água. Para quem estiver começando, pode colocar duas maçãs. Elas adoçam bastante e facilitam o paladar para dizer “hummmmm”! Não me esqueço da Ana Branco dizer que se não fizer “hummmmmm” não funciona. A comida tem que ser gostosa para o corpo interpretá-la como alimento.

Bom, retire o talo da couve e pique a maçã em pedaços. Coloque tudo no liquidificador e bata. Se precisar de ajuda, use um bio-socador: um pepino ou uma cenoura para empurrar as folhas e mexer tudo no liquidificador.

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Depois de bem homogêneo despeje o conteudo em um saquinho de voal, para coar bem fininho. O saquinho é fundamental para uma textura fina, lisa e aveludada. Esprema o saquinho em um bowl e pronto! Este suco, assim como a maioria das comidas da alimentação viva deve ser consumido imediatamente. Guardar o suco o deixa oxidado e o faz perder muito da sua riqueza nutricional.

Para quem quiser desintoxicar mesmo, não coloque água no suco, adicione um pepino e mais paciência na hora de bater e socar com o biossocador. Coloque também os germinados do segundo suco. Assim você vai ter um suco de pura água estruturada, absorvida em uns 20 minutos e fazendo bem para seu corpo todo quase que imediatamente.

O segundo suco é para pessoas que já estão com bastante vontade verde nas suas manhãs. Ele leva grãos germinados, além de uma variedade mais complexa de folhas e frutas, o que pode enriquecer muito o paladar.

Os germinados são super fáceis de preparar: a regra geral é 8 horas de água, 8 horas de ar. Escolha grãos fresquinhos, crus e, de prefência, orgânicos. Deixe-os de molho na água durante a noite ou por 8 horas. Depois escorra a água e lave os grãos numa peneira. Coloque-os em um vidro de boca larga, tampe com um pedacinho de tule, amarre o tule na boca do vidro. Ao longo dos próximos dias, enxague e escorra a água 3 vezes, duas ou 3 vezes ao dia. Depois das primeiras 8 horas a semente deve começar a germinar e colocar o primeiro galhinho para fora. Neste momento o grão já está pronto para ser consumido. Consuma as sementes até que o brotinho tenha o tamanho dela, depois disso ele já começa a consumir a energia vital do grão e fica pouco para a gente.
Para este dia germinamos lentilhas, feijão moyashi, trigo e ervilhas.

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A receita é parecida: use quatro a seis folhas de couve, ou três folhas de couve, meio maço de salsinha, e folhas de dois ou três talos de espinafre, bem folhudos. É um bom punhado de folhas, chega a encher o copo do liquidificador se você não apertar muito. Aí você pode ir variando as folhas como quiser, mas sempre mantenha essa quantidade. Aqui usamos couve, salsinha, espinafre e taioba.

De geminados é uma colher de sopa bem cheia, ou duas, para dar ainda mais coragem!

Colocamos também uma cenoura, que você pode trocar por uma outra raiz, como inhame, beterraba, batata doce. Tudo cru, acredite! E foi também um pepino, que, depois de usado como bio-socador, entrou no suco junto com tudo.

Um copo de água, ou  não. O pepino tem muita água e sabor leve, é uma ótima opção para um suco verde sem água. Se você não quiser colocar um copo de água, coloque um ou dois pepinos, funciona igual.

Para adoçar colocamos maçã e uva, duas frutas bem doces. Uma maçã e um cacho de uvas. Você deve ir testando as combinações que mais agradam ao paladar. Sempre bata tudo muito bem no liquidificador e depois coe no voal.

No terceiro suco escolhemos fazer um smoothie. Esta bebida é, na realidade, um presente! Bem mais doce e cremosa, pode entrar como shot junto com uma sobremesa ou ser um detalhe em um café da manhã de princesa!

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A base é a mesma, folhas variadas e bem fresquinhas, aqui usamos taioba e espinafre. Gosto sempre de colocar os germinados, são alimentos ricos em força vital, sempre bem vindos: na salada, no suco, na granola.

Como fruta fresca usamos mamão, e ameixas e uvas passas como frutas secas. Coloque meio papaia e uma mãozinha de ameixas e outra de castanhas, algo como meia xícara de cada.

As avelãs são responsáveis pela cremosidade também, além de darem uma textura de leite ao smoothie, que todo mundo gosta.

Pode usar qualquer castanha no lugar das avelãs, a única coisa muito importante em todos os casos é deixar as castanhas de molho na água por 4 a 8 horas. Este procedimento deve ser feito sempre que comemos castanhas e sementes, não importa a receita. Deixar sementes e molho reduz ou elimia os fitatos, que são substâncias não muito favoráveis para nosso organismo. [Você pode ler mais a respeito dos efeitos dos fitatos no site da Pat Feldman.]

Para aromatizar seu suco umas dicas de ingredientes são gengibre, cidreira, melissa, hortelã, majericão e coentro. Todas essas folhas de aroma intenso podem entrar no jogo para atingir um resultado mais complexo e atraente.

É isso! Saúde! [de verdade!!]

A comida da cozinha

O Comida da Terra é o blog da Cozinha Efêmera.

O conteúdo deste blog pertencia a uma cozinha virtual que aparecia por aqui de quando em quando, era a cozinha efêmera. Agora esta cozinha ganhou chão e teto, paredes e equipamentos e passou a existir fisicamente! Que alegria!

A partir deste post, este blog, passa a ser o blog desta, agora física, Cozinha Efêmera, e passa a se chamar comida da terra. O nome é outro para não haver confusão com o link da Cozinha Efêmera, que ainda existe e vai se concentrar em manter vivas suas instalações físicas através da divulgação de suas atividades, digamos assim, comerciais.

O Comida da Terra vai continuar sendo um blog sobre comida, sobre minhas referências no Brasil e fora dele, na minha cozinha e fora dela. Aproveite!

biscotti ou cantucci

Este biscoito é maravilhoso!

Primeiro porque pede um vinho de sobremesa de nobre origem, a fim de uma harmonização perfeita, então é sempre uma alegria quando a gente consegue desfrutar dessas duas maravilhas.

Mas os biscottis são ótimos também porque quando a gente não tem tão importante vinho, ele acompanha, com igual dignidade, um simples chá preto. Então, não economize oportunidades por conta dos acompanhamentos de que dispõe. Vai sempre valer a pena!

O biscotti ou cantucci é um biscoito duro. Bem duro. Isso porque ele é um biscoito feito para ser molhado no vinho santo. O vinho santo é um vinho [usualmente] de sobremesa da Toscana, feito com uvas quase secas. Quando o biscoito é molhado no vinho ele absorve umidade e fica com a textura perfeita e sabor super enriquecido pela doçura e álcool do vinho. É uma maravilha que vale a pena provar!

Molhado no chá ou no leite ele também fica muito gostoso!

Para fazer você vai precisar de:

  • 250g de farinha de trigo (aproximadamente 2 xic chá)
  • 175g de açúcar (1 xic chá)
  • 50g de manteiga em ponto de pomada (macia, na temperatura ambiente)
  • 2 ovos
  • 2 mãos quase cheias de amêndoas (100g)
  • raspas de um limão; qualquer limão vale: tahiti, siciliano, galego, cravo. Até com raspas de laranja fica bom!

Preparo:

Misture todos os ingredientes, com exceção das amêndoas, até obter uma massa homogênea. A massa do biscotti é bem grudenta, para misturar tudo use as mãos mesmo, porque é uma tarefa um tanto desafiadora com uma colher.

Depois da massa homogênea, misture as amêndoas também. Sempre uso as amêndoas inteiras porque acho que elas ficam super bonitas no biscotti pronto, mas, se você preferir, pode picá-las em pedacinhos.

Depois de misturar tudo suas mãos estarão cheias de massa grudada por todos os lados, então, para modelar, siga esta dica: limpe as mãos de massa raspando com uma colher, depois lave e seque as mãos. Unte-as então com bastante manteiga. Aí sim você terá as ferramentas de que precisa para modelar a massa. Faça uma bola e então amasse a bola entre as mãos formando um rolo. Com cuidado e bastante manteiga a massa não vai grudar na sua mão.

Modelar o biscotti é uma tarefa delicada, porque a massa é macia e vai escorregar um pouco, mas não é muito importante que o formato seja um cilindro impecável. Então não tenha receios, e faça como você conseguir.

Dente o rolo de massa numa assadeira untadíssima com manteiga, ou melhor ainda, forrada com um silpat. [Silpat é o nome de uma marca, mas o usamos para definir esta folha antiaderente também chamada tapis siliconé ou tapete siliconado ou silicone mat. É uma ferramenta muito prática para assar pães e biscoitos, porque não precisa untar e não gruda nem pensamento nessa folha!]

   

Com o rolo na assadeira, achate-o com a mão a fim de ter uma espessura entre 1 e 2cm. Que é um pouquinho mais que a espessura de uma amêndoa.

Nesta receita fiz biscoitos bem curtinhos, que são os cantuccinis. Quando modelamos um rolo mais gordo, ao achatá-lo, fica bem largo, o que resulta em biscoitos compridos, os biscottis!

Leve-os então ao forno médio até que a massa fique dura somente o suficiente para que vc possa pegá-la sem quebrar. Ainda estará muito frágil, mas será uma placa.

Retire do forno e corte com uma faca grande, em um só movimento (sem fazer movimento de serra). Vire os biscoitos de lado e leve novamente ao forno para finalizar e dourar levemente.

   

Pronto! Pode comer! Cuidado com os dentes!

stollen de natal, frutas sem economia

Este Weihnachtstollen ou Stollen de Natal é um dos pães doces mais deliciosos e honestos que já comi e já fiz. É uma versão intensa e alemã do panetone, mas com sabor muito mais real, na minha opinião.

Quem me ensinou este Stollen foi a Eva, alemã de verdade, mãe da Ilonka, amiga da família. É um pão comido tradicionalmente no Natal, como diz o nome. Por isso, e também pela cultura alemã, é um pão de peso, intenso. Fiz pela primeira vez com a Eva há anos atrás, numa tarde quente em Itu, mas isso não desvalorizou em nada a intensidade do pão, já que minha língua está batizada com as doces e gordurosas heranças portuguesas. Ficou uma delícia e nem pondero quando está muito quente ou se queremos algo fresco. O Stollen cai muito bem em qualquer dia do ano.

Para prepará-lo você vai precisar de:

  • 500g de farinha de trigo branca
  • 20g de fermento biológico fresco
  • 80 a 100g de manteiga
  • 50 a 80g de açúcar
  • 250ml de leite
  • 1 ou 2 ovos
  • uma pitada de sal
  • e um prato de sopa cheio de frutas cristalizadas ou cascas de cítricos, 60g de uvas passas brancas e mais 60g de escuras, 60g de amêndoas ou nozes, ou misturadas
  • e umas raspinhas de limão ou de laranja, ou rum

   

Preparo

Junte o fermento com o açúcar e o leite morno, misture. Depois acrescente à farinha e trabalhe a massa na mão ou na batedeira. Coloque então o prato de frutas e castanhas na massa, incorpore-o. Boleie a massa e deixe fermentar.

Amasse novamente a massa, modele e deixe crescer mais uma vez. O formato original do Stollen é uma massa ovalada e chata que é dobrada sobre si mesmo, como na foto acima.

Depois de fermentar, pincele gema e leite por cima e asse por aproximadamente uma hora em forno médio, até dourar. Doura fácil, porque a gema escure bastante a superfície do pão. Fica muito bom e bem cheiroso!

doce de carambola em calda

O doce de carambola em calda é um exagero de açúcar que a gente se permite mais que de vez em quando, principalmente por conta da mineiríce acesa da mamãe.

Comendo só uma colherinha de café até os menos interessados em açúcar vão gostar. É saborosíssimo! Fazemos esta mesma receita com abacaxi. Também fica divino.

Você vai precisar de carambolas, limão, açúcar, água e, de preferência, um tacho de cobre.

Fatie as carambolas em estrelas e mantenha as sementes, são deliciosas castanhas! Neste doce usamos o limão siciliano que colhemos no jardim.

   

Usa-se mais ou menos duas vezes mais carambolas que açúcar, ou seja, 1kg de carambola, meio de açúcar. Colocamos o açúcar no tacho com um pouquinho de água para fazer a calda.

Ligue o fogo e assim que o açúcar estiver dissolvido, pingue umas gotinhas de limão, ele evita que a calda açucare. Depois que a calda estiver grossinha, coloque as carambolas e deixe cozinhar em fogo baixo. Cuidado para não derramar!

O objetivo é ter uma calda em ponto de mel. Para isso, desligue o fogo antes deste ponto, porque quando esfria, a calda apura e engrossa.

É um céu de doces estrelas!

   

granola

A primeira receita da série básicos-clássicos da nossa cozinha será esta eterna granola.

Esta granola é uma receita que desenvolvi há uns 12 anos. Apesar da data, nunca enjoei dela, e sempre tenho em casa. Já ensinei esta receita para um monte de pessoas e todas adoram. É muito fácil fazer e acho que vale muito a pena. Sempre achei que ela é muito mais rica que as prontas de supermercado, e, comparando as vantagens, também muito mais barata.

Esta receita já mudou um pouco ao longo dos anos, mas ainda é basicamente a mesma coisa de sempre. Mistura tudo e forno!; baixinho, mexendo sempre, sem pressa. “Antigamente” eu usava cortar as castanhas em pedaços graúdos, agora as coloco inteiras. Acho que ficam mais lindas e dá menos trabalho. Outra coisa e que o mel, sempre presente, agora estou usando cada vez menos, e até deixando sem. Não tenho estado muito à vontade para colocar mel no forno. Mas deve ser uma fase. Faça com mel! Vale a pena!

Bom, vamos à receita então. É uma receita de xícaras de chá generosas, sem pesos.

Ingredientes:

  • 4 xíc de aveia em flocos graudos ou finos ou um pouco dos dois (atualmente uso misturar os flocos com os de centeio, e até com os de cevada);
  • 2 a 3 xíc de castanhas variadas: amêndoas, avelãs, castanhas do pará, nozes ou outras;
  • 1 xíc de coco ralado grosso ou fino, ou dos dois (se você usar coco ralado na hora é importante dar uma secada nele no forno. Com menos umidade, a granola se conserva por mais tempo. Se usar coco seco, prefira os sem açúcar, não precisa de açúcar!);
  • 1 a 2 xíc de sementes: girassol, linhaça, gergelim, abóbora, etc. Coloco aqui também quinua em grão, ou flocos de quinua.
  • 1 a 2 xíc de frutas secas: uvas passas, damascos picados, banana passa fatiada, tâmaras, e as que você gostar mais
  • 1/2 a 1 xíc de mel

Preparo:

Misturo todas as castanhas e sementes com os flocos dos grãos. Eu costumava sempre colocar o mel nesta etapa também, mas, como disse, recentemente estou deixando o mel de lado neste momento e escolhendo, na hora de comer, qual é o mel bom para o dia.

Enfim, misturo tudo, com exceção das frutas. Ao misturar o mel é importante mexer bem, para que ele praticamente desapareça, e se espalhe por cada grão, se possível. Se você gosta de granola mais doce, pode colocar um pouco mais de mel, mas não a deixe grudenta. Com muito mel, fica fácil queimá-la no forno, e dura menos. Prefira um pouco mais de mel na sua tigelinha diária.

Escolha uma assadeira bem grande e também funda. Se você come uma granolinha só de vez em quando, faça só metade da receita, porque é bastante granola!

Sobre a assadeira, o importante é que a granola fique espalhada numa camada de, no máximo, três dedos de altura, caso você não tenha uma assadeira grandona, faça em duas menores para não empilhar muito a granola, senão demora demais para dourar.

Leve esta assadeira ao forno baixo, uns 150˚C, por uns 20 a 30 minutos, não precisa aquecer o forno, mas se você o fizer, fique esperto e reduza este primeiro tempo. Depois retire a assadeira do forno e mexa a granola. Ela tende a dourar mais nas laterais e, caso seu forno tenha um ventilador, em cima também. Então é importante mexer porque o objetivo é ter uma granola toda dourada por igual.

Volte para o forno, e mais 15 a 20 minutos, mexa novamente. E de novo, e de novo.

Estes tempos são aproximados porque depende muito do forno e da altura da granola. Vá dando uma olhada nas primeiras vezes que fizer, muitas vezes é preciso baixar um pouco mais o forno, caso ela doure demais, em menos de 15 minutos.

Vai demorar um pouco. Ela vai ficar no forno um bom tempo e você vai mexer mais de 4 vezes. Tenha paciência, e fique sempre atento! Quando vai chegando ao final, a granola acelera o dourado, e pode virar queimado!

Você decide quando está boa para você. Quando mais dourada, mais croconte.

Depois que a granola sai do forno, coloque as frutas secas e mexa. Como disse, o coco vai bem no forno, tanto quando ele está fresco, quanto quando seco.

Você pode aumentar ou diminuir, ou retirar ou acrescentar um ingrediente, segundo suas preferências. Fique à vontade! É só observar os pontos importantes do preparo!

Minhas primeiras granolas tinham, misturadas ao mel, uma colher de café de essência de baunilha. Nunca me esqueço do perfume dela pela casa quando a granola começava a dourar no forno. Mas há muito tempo tenho dispensado essências da minha cozinha, e granola acabou ficando sem. Se você gosta de baunilha, teste uma vez colocá-la ao mel.

Compro os ingredientes na zona cerealista de São Paulo e, às vezes, no mercado central de Campinas. São os lugares mas baratos que conheço.

Experimente porque vale a pena!

Caso você ainda não esteja convencido de que esta granola é um arraso (ela é!), ou pior, que vai dar muito trabalho, tente a granola expressa, também é bem gostosa!

Série dos básicos-clássicos da cozinha efêmera

Depois da temporada alemã, vamos começar aqui uma série das receitas básicas que sempre temos lá em casa mas que ainda não colocamos aqui, seja por falta de emoção em fazer estes pratos do dia-a-dia, seja porque nunca achamos que a receita justa importa tanto.

Contudo, na realidade, acreditamos que são essas comidas de sempre as que mais importam, porque são as que mais nos identificam, as que falam mais sobre nossa cozinha e sobre nossas pessoas. Então, um dos objetivos dessa série é justamente registrar as receitas justas, e exatas, ou quase exatas. Espero que gostem!

Bom apetite!

Sauerkraut

   

Esta é uma estória que vai ficar sem fim.

Ela termina minha temporada na Baviera e aí, infelizmente, vim embora antes do Sauerkraut ficar pronto. Mas já vale o comecinho. O Sauerkraut é nosso chucrute.

Aqui temos o repolho roxo e o verde. Na Alemanha há muitos outros [Kraut!]. O que usamos para esta receita foi um repolho de cabeça pontuda para cima. Olha que lindo! Cortamos ao meio e aí fatiamos no ralador [de madeira!] e as últimas folhas, na faca.

       

Depois de todo cortadinho o repolho vai para um recipiente enorme de cerâmica esmaltada. Lá colocamos uns temperinhos (kummel, louro, sal e zimbro) e fazemos em todo o repolho uma massagem intensa. Ele começa a soltar água e vai ficando bem macio. É como se cozinhássemos o repolho com a massagem, e ele vai amaciando, amaciando.

   

Depois de massagear bem, a água que ele vai soltando vai aumentando e cobre o repolho. É hora de parar e tampar. Este grande pote vai para a cozinha e fica lá debaixo da pia semanas. Ele vai fermentando aos poucos e por isso se chama Sauerkraut (repolho azedo). Ouvi dizer que depois de algumas semanas se escuta a tampa pulando com a pressão de ar que se forma dentro do pote. O pote é grande porque é uma comida que dura todo o inverno.

As folhas mais duras vão fresquinhas para os porcos. Eles adoram!

batatas doces assadas com amêndoas

       

Essas batatas doces já são um clássico lá em casa. Só não faço tanto porque são bem calorosas. Boas para dias mais frios.

Elas podem ser prato principal ou coadjuvante. Dos dois jeitos dá, e fica ótimo. Outra vantagem é que não tem erro na hora de preparar. Pode tentar em casa! Vai ser um sucesso!

   

Escolha batatas bonitas! Para este prato não importa tanto se elas são maiores ou menores, mais gordas ou mais compridas, nem se são todas mais parecidas que diferentes. Se forem todas lindas, já vai ficar uma delícia!

Estas fizemos na Alemanha, e eram batatas doces italianas, interessantíssimas: de polpa bem alaranjada. Um pouco diferentes das mais comuns que encontramos aqui no Brasil. Mas a receita dá certo tanto com as de casca rosa, quanto com as mais braquicelas.

Corte as batatas ao meio no sentido do comprimento e deite em uma assadeira, com a casca para baixo, polvilhe sal e leve ao forno até começarem a amaciar. Depois de uns 10 minutos, risque a poupa das batatas com uma faquinha e volte para o forno. Se você não conseguir riscar com facilidade, deixe assar mais um pouquinho.

   

Enquanto isso, picote as amêndoas. Esquente um naco de manteiga na frigideira e junte as amêndoas, vá aquecendo tudo em fogo mancinho até as amênoas começarem a dourar. Pode polvilhar um pouquinho de sal nas amêndoas, e até noz moscada, canela e pimenta do reino, se você gostar.

Coloque as amêndoas douradas sobre as batatas e volte para o forno. Nessa hora o forno pode ser baixinho, só para manter o conjunto quente, enquanto você põe a mesa, abre o vinho e deixa apetecido o paladar de todos com o cheiro da manteiga tostada.

Na hora que tirar do forno, polvilhe uma salsinha bem picadinha por cima e sirva.

Neste dia comemos estas batatas assadas com um vinho alemão tinto! Alguém aqui já viu vinho alemão tinto? É uma coisa tipo urubu branco. Não tem. Mas na Alemanha tem! Foi uma referência nova para mim esta coisa de vinho alemão tinto. É mais leve que um pinot noir básico e mais claro também. Na boca é fácil e não surpreende, nem positiva, nem negativamente. Dá para tomar e ser feliz!